Reencantos

Há muitas eras nos identificamos,
num reencontro, reencanto feliz e aterrorizante
percebemo-nos através do olhar
semelhantes e uníssonos
no nosso pulsar, nosso pensar, nosso caminhar,
repelimo-nos, fugimos,
mas pensamentos insistentes
os casos recorrentes
nos aproximamos novamente
seguimos assim através dos tempos,
cortando os espaços infinitos
usando corpos variados
fomos homem/mulher, mulher/homem, homem/homem, mulher/mulher, e esse elo que perece frágil
se fortalece cada vez mais
Sabemos dos nossos potenciais
O ser dos infernos à donzela do amor,
O homem eros/poesia a mulher Lilith/sensual
Nos surpreendemos sempre Adão e Eva saboreando o fruto
que a serpente nos oferece
sentimos atração por esse conhecimento e essa busca é inevitável...
As serpentes elementos presentes e constantes
símbolo fálico, conhecimento, transmutação, mudanças sempre
a magia do animal, o encantamento reproduzido em nossas alquimias
as energias circundantes, calor das regiões infernais
toca Pã a sua flauta feliz
Hades ri no seu trono de fogo,
Centauros celéres cavalgam
Celebram salamandras o casal alquimíco
Eu grande caldeirão, parte da terra, pedaço de chão
me deixo possuir, fertiliza minhas entranhas me enche de vida
Cura minhas feridas com a tua energia
Nesse turbilhão o fuso de Friggah gira veloz
os fios tecidos se juntam e se ligam à sua teia da vida
em nosso espaço ligações se formam
energias se aproximam
a natureza em festa sorri e a deusa canta em todas as coisas
os suores, os ruídos, o cheiro de pele,
a saliva, os gemidos, nosso sussurrar
balançam as árvores
sopra o vento, a chuva cai no telhado lá fora
dentro calor em nós, calor no ambiente incontrolável
Tudo ri, tudo brilha,
Sowelo está aqui
a lua vem ao seu encontro
num colóquio pensado impossível
um poema corta o silêncio momentâneo
vozes entrecortadas e as mãos que se tocam
o caos se forma e tambores entoam as canções dos Xamãs
canções de amores infindáveis, inflamáveis
O amor nos invade
nos toma totalmente os sentidos
às células, a nossa respiração se unifica
os toques agora já não importam
o momento esperado chega de mansinho
os mares agitados, ondas que balançam
os elfos sopram ventos, ventos do amor
explosão, big-bang, mundo cor
os elementos se agrupam e a natureza brilha e ri
Aos poucos a calma vem chegando
Morfeu chega para nos recolher
na concha de Afrodite repousamos
as águas límpidas e mornas nos banha os corpos antes ardentes!

23/08/2011



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